
Autor Thiago Monfredini, militante da Casa-Chefe
Após a última árvore ser cortada, o último rio ser envenenado e o último peixe ser pescado, somente então o homem descobrirá que dinheiro não pode ser comido. Provérbio indígena
O Racionalismo Cristão
explana, de maneira simples e objetiva, que o Universo é composto de Força e
Matéria, onde a Força é agente ativo, inteligente e transformador, e a Matéria
a parcela passiva e amoldável. Dessa forma, a parcela material do Universo, nas
suas mais diversas formas e cores, nas suas múltiplas manifestações, é como um
meio de expressão da Força, um reflexo dela (certamente um pálido reflexo), que
representa sua grandiosidade.
Pergunta-se: a partir do estudo do Universo, da diversidade das formas de vida e das admiráveis belezas naturais do planeta Terra, tão minuciosamente investigadas pelas ciências físicas e biológicas, poderia o ser humano compreender a parcela transformadora, o agente ativo desse Universo, que é a Força? Pois, pelo menos no caso do Universo, os especialistas nesses estudos sabem o quão pouco de fato compreendem sobre seu aspecto físico, apesar de todo avanço que a ciência tem alcançado nas últimas centenas de anos. Que dirá sobre outros aspectos! É bem provável que a resposta para essa pergunta seja negativa por longo tempo, ainda.
Independente disso, o
Racionalismo Cristão explana também que os seres encarnados são, assim como o
Universo, uma composição de Força e Matéria: um composto de espírito e corpo.
Como parcelas individualizadas da Força Criadora, os seres encarnados detêm
alguns atributos que são externados na matéria. Usamos as ferramentas deste
mundo físico, a começar pelo nosso próprio corpo, para expressar esses
atributos, como o raciocínio, a inteligência, a capacidade de concepção, entre
outros. Assim, a relação entre Força e Matéria pode ser compreendida a partir
do estudo de si mesmo como ser encarnado.
Ao externar os atributos espirituais, o ser humano também pode expressar, assim como a Natureza, formas, cores e sons de beleza inigualável. Algumas dessas obras e seus autores marcaram a História. São, por exemplo, as grandes obras de arte, as composições para orquestra sinfônica e as grandes obras literárias. Os seres encarnados, usando do seu “engenho e arte” (lembrando Luís de Camões), podem não só se imortalizar na história, como expressar, senão todo, ao menos um pálido reflexo daquele agente ativo e imaterial do qual somos parcelas individualizadas.
A genialidade e as habilidades aparentemente sobre-humanas estão presentes em todo ser encarnado por meio de seus atributos espirituais, em diferentes escalas e de acordo com o tempo de dedicação a essas habilidades (que pode durar muitas vidas). O trabalho e a vida social são grandes oportunidades para exercitar e aprimorar esses atributos, que são estudados por meio da introspecção.
Ao externar os atributos espirituais, o ser humano também pode expressar, assim como a Natureza, formas, cores e sons de beleza inigualável. Algumas dessas obras e seus autores marcaram a História. São, por exemplo, as grandes obras de arte, as composições para orquestra sinfônica e as grandes obras literárias. Os seres encarnados, usando do seu “engenho e arte” (lembrando Luís de Camões), podem não só se imortalizar na história, como expressar, senão todo, ao menos um pálido reflexo daquele agente ativo e imaterial do qual somos parcelas individualizadas.
A genialidade e as habilidades aparentemente sobre-humanas estão presentes em todo ser encarnado por meio de seus atributos espirituais, em diferentes escalas e de acordo com o tempo de dedicação a essas habilidades (que pode durar muitas vidas). O trabalho e a vida social são grandes oportunidades para exercitar e aprimorar esses atributos, que são estudados por meio da introspecção.
O trabalho honrado e honesto traz a tão procurada paz interior, a consciência
do dever cumprido. E o ser humano, em qualquer tipo de trabalho, em qualquer
escala social, poderá sentir essa felicidade, que se reflete no zelo e amor por
sua obra. Os agricultores, carpinteiros, pedreiros, funcionários de limpeza,
entre outros, ao realizarem suas atividades com amor e dedicação, também
representam manifestações radiantes da Força Criadora, e em nada perdem no seu
valor espiritual em relação aos trabalhos intelectuais e artísticos dos, assim
considerados, mais importantes, pois são todos necessários.Para exemplificar isso, imaginemos o trabalho de um cientista num complexo laboratório. Esse trabalho ficaria insuportável, senão impossível, sem a presença diária dos funcionários de limpeza. A oportunidade da encarnação e o planejamento em mundo astral são os fatores que determinaram caminhos tão diferentes de vida, cada qual em sua função, colhendo o aprendizado devido para sua evolução. Nada impede que, posteriormente, esses espíritos reencarnem em contextos diferentes e troquem seus papéis na sociedade, ainda que isso eventualmente possa ocorrer numa mesma encarnação.
Já somos cerca de 7 bilhões de seres encarnados habitando essa pequena esfera azul que gira no espaço sideral. Estamos todos interligados pela divisão internacional do trabalho. Assim, não há qualquer justificativa, nem do ponto de vista material, nem do espiritual, para haver tamanhas diferenças sociais, a não ser devido ao enorme desequilíbrio econômico causado pelos “tubarões'' do mercado, cidadãos que se diferenciam, muitas vezes, por uma questão de oportunidade. É preciso notar que algumas situações podem revelar-se falsas oportunidades de crescimento, pois os ganhos materiais nunca deveriam custar a dignidade das pessoas. É o caso, por exemplo, do trabalho escravo, uma das formas mais explícitas e bárbaras de exploração de um ser humano pelo outro, fruto do desconhecimento sobre a lei das reencarnações e a lei do retorno (ou de causa e efeito). Lamentavelmente, o trabalho escravo ainda está presente até mesmo nos países ditos civilizados, atingindo mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência da ONU. É preciso combatê-lo e extirpá-lo, e é nessa luta que a população como um todo pode mostrar sua evolução em marcha: concedendo dignidade ao seu irmão em essência e inserindo outro sentido dentro da lei do retorno – um sentido positivo –, o que facilita sobremaneira a evolução espiritual da coletividade.
No Brasil, por exemplo, nos últimos 20 anos, cidadãos conscientes e devidamente organizados junto a entidades governamentais têm travado bravamente essa luta, libertando dezenas de milhares de pessoas. Foram mais de 40 mil pessoas libertadas, 95% das quais nos últimos dez anos, guinada que se deu a partir da percepção sobre a relevância institucional dos governos nesse combate, acolhendo denúncias realizadas desde a década de 70. Tanto que o Brasil é hoje considerado pela OIT um exemplo de combate ao trabalho escravo, apesar das dificuldades de se aplicarem sanções penais aos criminosos, principalmente por motivos político-econômicos. Certamente ainda há muito o que fazer, mas não existe outro caminho.
O trabalho deve ser usado para dignificar o ser encarnado, dando-lhe a possibilidade de desenvolver seus atributos espirituais em benefício da coletividade, jamais em prejuízo próprio ou do semelhante. E é nessa grande rede de colaboração coletiva que podemos alçar outras esferas de aprendizado e sabedoria, superando-nos sempre na longa caminhada do auto-conhecimento.
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