Vaidade diminui o mérito
Luiz de
Mattos
Codificador do Racionalismo Cristão
Nem tudo que brilha é ouro, diz o ditado popular. Há muita coisa
que brilha, mas não tem valor. Muitas jóias são falsas, como são falsas muitas
pessoas. Não é com brilho artificial que os seres humanos demonstram seu valor.
O valor se revela na modéstia, na simplicidade, na naturalidade com que se
apresentam no dia a dia. Os que fazem questão de aparecer, e se envaidecem com
o que fazem, diminuem o mérito de suas obras, por melhores que sejam.
Temos afirmado repetidas vezes: as pessoas que fazem questão de
que seus feitos apareçam escondem a vaidade no âmago, o que prejudica a
evolução espiritual. Por maiores que pareçam seus feitos, por mais que tentem
pôr em evidência um disfarçado desprendimento, a vaidade acaba por traí-las e
aparece aos olhos dos seres que com elas convivem. Obras beneméritas feitas
para satisfazer vaidades não têm valor algum para o acervo espiritual de seus
autores.
Os seres humanos verdadeiramente desprendidos nada fazem por
vaidade, nem esperam outra recompensa que não seja a satisfação de terem
praticado o bem. Quantos assim procedem, a viver encobertos pela própria
modéstia, despreocupados com a autoria de suas obras!
A vaidade é um grande mal a rondar a humanidade, porque torna as
pessoas orgulhosas e prepotentes. As vaidosas são arrogantes e deixam
transparecer esse sentimento inferior de um momento para outro. Desde que não
sejam satisfeitas em sua vaidade, elas se revoltam, ao passo que as despidas de
presunção agem espontaneamente, mantêm-se sempre da mesma forma, conduzindo-se
de maneira simples e despretensiosa.
Fazer questão de brilhar, de aparecer, é prova de vaidade. Por
isso, muitos homens e muitas mulheres que tiveram valor enquanto foram modestos
perderam essa qualidade espiritual ao galgarem algum posto importante. Enquanto
se mantiveram de forma modesta, produziram e se destacaram, mas, ao aparecerem,
encheram-se de orgulho e vaidade, quiseram subir na vida a qualquer preço,
meteram os pés pelas mãos, estragando tudo que conquistaram anteriormente.
Inúmeros exemplos temos tido desses infelizes.
Haja, portanto, compreensão da vida, saibam viver sem ostentação
e vaidade, de modo a serem sempre acatados no que fizerem. Todos devem ter a
preocupação de agir bem, sem se preocupar com a opinião alheia. Infelizmente,
sempre há indivíduos convencidos dispostos a julgar os outros por si mesmos.
Todos devem estar preparados para se manter neste mundo com
equilíbrio e sensatez, agindo de acordo com a própria consciência. Se algo
fizerem de bom, sintam-se felizes por isso, sem contar com elogios, porque, às
vezes, uns são sinceros, mas outros não. Deve-se desconfiar dos indivíduos que
elogiam ou ressaltam os feitos de outros apenas por interesse, e, portanto, sem
sinceridade.
As pessoas que procedem de acordo com os princípios
espiritualistas caminham com firmeza pela estrada da vida cumprindo seus deveres.
São recompensadas por tal procedimento, porque nada há mais importante do que a
consciência tranquila para fazê-las felizes.
Assim sendo, ajam como pessoas sensatas e simples, tendo
atitudes corretas e honradas. Procurem dar à vida uma fisionomia diferente
daquela que os indivíduos ignorantes dos valores espirituais estampam.
Desprezem o mal e pratiquem o bem, para terem dias bonançosos, terminando a
existência na Terra com a consciência tranquila do dever cumprido, sem orgulho
e vaidade.
Codificador do Racionalismo Cristão
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